Costumo dizer que a pele é um órgão de expressão dos afetos, e uma via de comunicação e contato do sujeito com o mundo. No desenvolvimento inicial, a pele exerce papel fundamental na constituição do psiquismo, marcando o limite entre o mundo interno e o externo.

As psicodermatoses são um grupo de doenças da pele causadas por um componente psicológico, onde o indivíduo agride a si mesmo na maioria das vezes involuntariamente, sem perceber que está causando danos a própria pele.

Fatores isolados não desencadeiam as psicodermatoses, e sim uma compilação de vários distúrbios como a ansiedade, o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), a depressão e o estresse pós-traumático.

Conforme a Sociedade Brasileira de Dermatologia, o agente dos problemas cutâneos, em 1 a cada 3 pacientes, estão relacionados a problemas emocionais. “Se o indivíduo tiver predisposição genética, qualquer momento de estresse, pode desencadear reações psicodermatoses como acne, vitiligo ou psoríase, por exemplo.

Embora não existam estatísticas mais precisas, os dermatologistas estimam que 3% da população mundial, ou seja, mais de 200 milhões de pessoas, é portadora de psicodermatoses. No Brasil, dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia indicam que a cada três pacientes que apresentam um problema de pele, um deles possui problemas emocionais.

As consequências dos sintomas psicocutâneos, porém, vão além da superfície da pele, afetando a vida social da pessoa. Como são visíveis, repercutem no ambiente e no cotidiano do paciente, podendo até ser alvo de preconceitos.

PREVENÇÃO E TRATAMENTO:
Os remédios por via oral ou para uso tópico (loções, cremes e pomadas) são uma medida paliativa para combater as psicodermatoses; o ideal é que o tratamento seja multidisciplinar, inclusive com mudanças de hábitos e comportamentos.

A longo prazo, porém, as doenças de pele requerem tratamentos mais prolongados e que não se restringem somente a consultas a dermatologistas e ao uso de fármacos, mas incluem também a mudança de habito e comportamentos.

Procure sempre o auxilio do seu dermatologista; o reconhecimento e diagnóstico da doença é fundamental para o tratamento correto.